União entre visibilidade e indústria de cosméticos nacionais é o ingrediente que faz com que o mercado beauty nacional tenha inovado tanto nos últimos anos
Não faz muito tempo que as blogueiras, atualmente sob o termo influenciadoras, começaram a espalhar pela internet resenhas de produtos de beleza, dicas de cosméticos e maquiagens acessíveis. Antes meras consumidoras que compartilhavam opiniões, agora essas influenciadoras não apenas avaliam, mas constroem os produtos do zero com as empresas do mercado de cosméticos nacional — que saltou em qualidade e aceitação nos últimos anos.
No mercado não faltam exemplos dessa nova era: Bianca Andrade, com sua marca Boca Rosa Beauty em parceria com a Payot; Mariana Saad com a Océane; Niina Secrets com Eudora; e a linha de Bruna Tavares, que é hoje referência nacional em produtos de maquiagem. “São personalidades que consomem produtos de beleza e cosméticos diariamente e acabam testando várias marcas, vários preços, e têm propriedade para falar e para lançar um produto, porque já sabe o que funciona ou não, assim como as marcas nacionais podem elaborar produtos baseados em necessidades reais de consumidoras”, analisa a influenciadora Thays Jubé, que recentemente lançou a própria marca de produtos de beleza em parceria com a SENSEinfluence.
A influenciadora analisa que o mercado nacional encontrou nas influenciadoras digitais uma forma de se aproximar do público, visto que, além de publicidade, as influenciadoras de beleza estão ajudando a construir produtos que atendem melhor às necessidades das mulheres brasileiras, que antes buscavam esses cosméticos fora. Para a influenciadora, a junção da indústria com as figuras midiáticas diminui barreiras e traz inovação para o mercado interno.
“Se antes você precisava juntar um número x de pessoas no laboratório para avaliar as opiniões e pesquisar sobre o que elas acham que falta no mercado, hoje isso acontece automaticamente e de forma muita rápida pelas redes. Além disso, a credibilidade das influenciadoras e o contato direto com o público ajudam em uma conversão mais rápida de vendas e na análise de mercado. Na criação de produtos, marca e influenciador trabalham em prol do agrado do público, que, cada vez mais, tem uma indústria que atende às suas necessidades, sem precisar recorrer a maquiagens e cosméticos importados”, analisa.
Esse fortalecimento da indústria nacional pode ser sentido nos números. Segundo levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), o Brasil é o quarto maior consumidor mundial de produtos de beleza. Mesmo diante da crise, o saldo do setor fechou positivo em 2020, segundo a associação, com alta 5,8%. “O setor de beleza e perfumaria no Brasil é gigante. Na pandemia cresceu mais ainda, já que quem compra produtos em viagens no exterior passou a olhar mais para o mercado nacional, que tem investido cada vez mais em produtos de qualidade e inovações”, pontua Thays Jubé
No caso da marca que lançou com a SENSEinfluence, Thays Jubé apostou em um blend de 15 óleos com preço acessível. “A ideia veio quando eu vi que no mercado tinham alguns produtos que atendiam, mas nenhum 100%, além das faixas de preço serem altas. Eu tinha conhecimento das carências minhas e do meu público e por isso resolvi lançar o produto para cabelo e corpo, então é mais completo do que o que o agente vê por aí, com um preço acessível”, exemplifica Thays Jubé.