Com o avanço das tecnologias bancárias e a popularização de transações instantâneas, como o Pix, era de se esperar também uma explosão nos crimes cibernéticos. E é isso que o Brasil está enfrentando em 2025: um novo recorde de pessoas vítimas de golpes digitais. Mesmo com campanhas educativas e alertas nos aplicativos, os golpistas têm se tornado cada vez mais sofisticados. Dados extraoficiais apontam que, só no primeiro semestre, já foram registradas mais de 600 mil tentativas de fraude envolvendo transferências via Pix.
Entre os golpes mais comuns estão: links falsos enviados por SMS, phishing via e-mail com falsas cobranças, clonagem de WhatsApp, contas falsas de suporte bancário no Instagram e, principalmente, as temidas ligações automáticas que simulam compras suspeitas — como as de “Mercado Livre”, “Amazon”, “Casas Bahia” ou “iFood” — com objetivo de induzir a vítima a seguir instruções que levam ao prejuízo.
O golpe da compra suspeita: como funciona
Esse tipo de golpe é um dos mais comuns e sofisticados atualmente. A vítima recebe uma ligação automática afirmando que uma compra suspeita foi detectada em seu CPF. O sistema orienta a pessoa a digitar um número para “falar com a central de segurança”. A partir desse momento, o golpista assume a conversa, se passando por atendente de banco ou empresa de cartão.
Com discurso firme e convincente, ele explica que para bloquear a suposta compra, é necessário que a vítima vá até um caixa eletrônico ou acesse o aplicativo bancário para “verificar” movimentações. No processo, ela é induzida a realizar transferências via Pix ou compartilhar dados sensíveis — achando que está se protegendo, quando na verdade está entregando suas informações e seu dinheiro aos criminosos.
A advogada que está virando o jogo: Tábata Miqueletti
Diante desse cenário alarmante, o trabalho da advogada Tábata Miqueletti tem ganhado destaque nacional. Especialista em fraudes digitais e fundadora do Grupo Miqueletti, ela já atendeu mais de 30 mil vítimas de golpes pela internet e lidera ações que já recuperaram mais de R$ 100 milhões para seus clientes.
Tábata ficou conhecida por processar empresas negligentes, desarticular quadrilhas e, inclusive, promover o fechamento de plataformas de apostas fraudulentas. Em sua atuação, também conseguiu que golpistas fossem presos, colaborando com investigações em várias regiões do país.
“Quem caiu em um golpe tem direito à reparação. Não basta punir o estelionatário — é necessário responsabilizar também quem permite que esse tipo de crime aconteça repetidamente”, afirma a advogada.
A responsabilidade vai além do golpista
O trabalho do Grupo Miqueletti tem mudado a forma como o Judiciário enxerga a responsabilização por golpes digitais. Segundo a advogada, é possível — e necessário — acionar não apenas o criminoso, mas também os meios que permitiram o crime.
“Bancos, operadoras de telefonia, plataformas de pagamento, redes sociais e até o Serasa têm responsabilidades diretas quando falham em proteger os dados dos usuários ou em evitar movimentações fraudulentas”, explica Tábata.
Há decisões judiciais que reconhecem o dever de vigilância das instituições financeiras, principalmente quando há falhas em sistemas de segurança ou ausência de validações adicionais. “O vazamento de dados, por exemplo, é a porta de entrada para muitos golpes. E empresas que lucram com esses dados precisam ser responsabilizadas quando expõem seus clientes”, completa.
O que fazer se você caiu em um golpe
Se você foi vítima de um golpe envolvendo Pix ou qualquer outro tipo de fraude digital, é fundamental agir rápido. Registre um boletim de ocorrência, entre em contato com o banco, e reúna provas: prints, ligações, mensagens, comprovantes de transferência.
Mais importante ainda, procure um advogado de sua confiança, de preferência especializado em crimes cibernéticos. Ele poderá analisar seu caso, identificar os responsáveis e iniciar um processo de recuperação de valores e responsabilização dos envolvidos.
A atuação de profissionais como Tábata Miqueletti mostra que, mesmo em meio ao caos digital, há caminhos legais para reparar o prejuízo — e mais ainda, para impedir que outros passem pelo mesmo. Afinal, conhecimento é poder. E justiça, quando bem aplicada, pode ser o melhor antídoto contra os golpes.